Quando eu morrer, lembre-se de mim
Não por fotos remexidas em gavetas
Não por objetos deixados empoeirados num canto
Não por adjetivos ditos em momentos inglórios
Não por motivos apenas simplórios
Ou por fatos que em muitas vezes
Nem mereçam e nem devam ser lembrados
As fotos nestes tempos modernos
Podem ser manipuladas, alteradas, melhoradas
Perdendo sua verdade original
Sua nobreza enquanto registro
Os objetos por mais pessoais que sejam
Serão sempre impessoais em sua essência
Por mais que marquem uma presença
Ficarão como um fantasma de uma vida interrompida
Os adjetivos estes sempre usados aos milhares
Muitas vezes em nossa humana crueldade
Gerando brigas, desavenças, paixões, incoerências
Mas nunca passarão de adjetivos, jogados no meio do nada
Os motivos sejam quais forem os escolhidos
Sempre os usamos mesmo que às vezes desvalidos
Em muitos momentos forçados, então engodo
Em outros, apenas desculpas sínicas, a encobrir fraquezas
E os fatos como filmes gravados em nossas mentes
Perpetuam imagens nem sempre condizentes com nossas verdades
Em nossa condição humana, subumana, suburbana, sub...
Registros nem sempre reconhecidos como verdadeira face
Quando eu morrer lembre-se de mim
Por meus poemas, meus escritos queridos
Motivos de minha verdadeira alegria
Onde felicidade e magia se completam
Onde meu verdadeiro retrato esta esculpido
Onde meu verdadeiro "EU" é revelado
Onde meus sentimentos são verdadeiramente descritos.
(Chico Córdula)
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