segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Por culpa deste mofo, continuo espirrando!


Quanto tempo jogado fora
Embora as lembranças acalmem a alma
Desde os primórdios da tevê a válvula
Embalada infância, adulta e adultera máfia
Para presente embrulho, indecente trauma

Recordando a infâmia, tácita mágoa

Por quantos já partiram neste calidoscópio amargo
Enquanto da repetição dos erros que enganam a fauna
Desta flora miserável, envidraçada e disfarçada de moderna
Entrecortada de desvios e pavios de bombas imaginarias

Enrolando o tempo, enganando o vento em cada uivo

Turva imagem de caninos que atacam indefesas vitimas
Raposas em pele de cordeiro de disfarçados vícios
Resquícios que se amoldam e modernizam para manter o viço
Estripando e consumindo as tripas destas pobres almas

O tempo em sua linha reta e diversa

Reversa a forma para se cumprir destinos
Instruídos e destacados entre analfabetos úteis
Conectados ao universo destes pobres mortos vivos
Abutres que se satisfazem de outrem parcos restos

Rapinam enquanto buscam absorver o tempo

Intento no advento de controlar mentiras
Retiram tudo em que no caminho encontram
E levantam acampamento na devastação seguida
Irradiam a  bomba atômica construída há anos

E no prumo se conservam para ficar por cima

No cume a todo custo e a toda vida ceifada
Remarcam o território conquistado em sangue
Enquanto lambem as feridas nunca mais curadas
Desde os primórdios, já longínquos tempos da tevê à válvula.


(Chico Córdula)

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