quarta-feira, 30 de maio de 2012

No adeus... O silencio


Para que palavras neste momento?
O tempo senhor da verdade diz tudo
Em cada recordação, novas descobertas.
E sempre a incerteza de ter-se feito a escolha certa

Ainda que o destino seja escolha
No livre arbítrio da opção desejada
Ainda que se tenham certezas momentâneas
Às vezes, ou quase sempre, não valem de nada.

Ainda que as escolhas sejam corretas
Em verdade tudo é apenas passageiro
Certeza somente a morte imponderável
E o sentimento inconteste do vazio derradeiro

Qual a serventia do adeus no silencio choroso?
Impetuoso o peito pesado se entrega
Nenhuma certeza sobrevive a tal impacto
Restando neste ato o silencio, como conforto finito.

(Chico Córdula)

Um comentário:

  1. Oi, Francisco, quanto tempo!
    Bom lê-lo outra vez. Gostei deste, ao estilo Augusto dos Anjos...Sem dúvida é pleno de verdades e na tristeza que o adeus carrega só o silêncio faz sentido.

    Abraços, poeta.

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