terça-feira, 21 de agosto de 2012

Sensações de um moribundo


Num canto o pranto mudo já não assusta
Reflete o tempo na sombra indigna (tosca).
Escassas verdades a serem ditas (mudas)
E respostas que resolvam tão torpe enigma (soltas).

O vazio toma conta de tudo em instantes
As cores, as flores, os odores confundem.
Aflora sentimento estúpido generalizado
A força do destino já não mais importa (extingui-se)

A plantação ressurge no infinito, morta.
Salobra a água já não mais sacia
Exorta neste rito a ultima magia
Expele o pus antes que o cancro alastre

Não há o que temer nesta morte doce
Talvez o inferno venha até mais cedo
Enquanto o paladar com este gosto azedo
Descreve ultimo enredo desta vida pobre.

(Chico Córdula)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Trilhos


Os trilhos acabaram!
O trem não alcançará outras paragens
As margens descoloridas se repetem tristes
São turvas as imagens e as curvas inviáveis.

Os dormentes repousam!
Neste infinito, o apito fiel já não ecoa.
Somente o vento insiste neste findo destino
Levando à caminhos já não mais possíveis.

(Chico Córdula)