segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Restando cinzas



A oferenda para o mar inexiste
Apenas um clima triste, permanece.
Apenas o silencio reticente, insiste.
Apenas uma amargura tardia padece

Não há mais escolha a ser feita
Não há mais nenhuma suspeita
Restando apenas um poema
Adeus, a cena repetida.

Nada mais que valha a pena
Revoam soltas ao vento, cinzas.
Sem destino espalhadas, soturnas.
Procurando pouso definitivo, desvalidas.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Sem luar



Tire essa farinha da cumbuca
Sem remorso faça o acerto
Remova o óleo do móvel velho
E se o raio cair duas vezes?

Mate o inseto que lhe incomoda
Espalhe a noda na roupa única
Atravesse a rua enquanto resmunga
Feche os olhos sentindo-se nua

Verbalize o sentimento, sem demora.
Aplique em sua veia a droga suja
Reparta o que não é certo e incomoda.
Invoque no ultimo suspiro, a lua escura.