domingo, 15 de maio de 2011

Mulheres, revolução, evolução

Em todos os tempos e formas
Quebrando normas, dogmas
Sendo felizes amadas
Muitas vezes acusadas por suas idéias
Ideais nem sempre compreendidos

Sempre a frente de seu tempo
Ousadas, matizes, às vezes mártires
Aprendizes da vida intensa
Propensas ao amor sem limites
A sublime arte de ser feliz

Acima de opiniões ou ditames
Seja na revolução dos costumes
Seja na revolução política
Sempre importantes
Sempre atuantes

Baluartes do “novo”
Amadas e odiadas em mesma intensidade
Mas, acima de tudo revolucionárias
Ah, essas mulheres tão especiais
Tão geniais, seja na arte ou na política

Sempre ativa,
Leila Diniz, linda, talentosa
Atuante e amante da vida
Acima de tudo sinônimo de felicidade
E de vida intensa

Tinha o poder de chocar
De criar o fato novo
Do ineditismo, desde a gravidez “mal comportada”
Sempre agindo de forma natural
com sua naturalidade nata

Sempre altiva.
Olga Benário Prestes
Líder da intentona comunista
Pragmática e realista
Em sua luta diária de palavras

Nunca se abateu
Mesmo com todos os reveses
E foram muitos
Foi forte, foi mulher, amante
Mãe e acima de tudo idealista.

Leila Diniz, Olga Prestes,
Duas mulheres, duas histórias, dois momentos
Ambas se foram jovens, talvez só na idade
Viraram história, viraram lendas
Viraram símbolo de revolucionarias de seu tempo.

Sonhos de menino

Correndo pelo campo ao relento
Empinando sua pipa ao vento
Numa viagem tão próxima
E ao mesmo tempo longínqua

Menino pobre e franzino
Viajando em seus sonhos de menino
Aos lugares distantes, desconhecidos
Imaginários destinos vislumbrados em sua pipa

A miséria como barreira
E a pipa um escape para viver sonhando
Criando um mundo distinto, belo
Bem diferente de seu cotidiano sofrido

E aquele menino em sua jornada
Sem lamentos, sem tristezas, somente leveza
Acalanto de quem tanto sofrimento nutre
E que a imaginação faz aliviar

Voa menino com sua pipa
Realize em minutos de liberdade
Tua vontade acalentada pelo tempo
E pelo vento satisfaça teus sonhos mais contidos

Correndo pelo campo ao relento
Empinando sua pipa ao vento
Continue em seus sonhos, 
Lindos sonhos de menino.

Eu, pássaro

Um dia despertei pássaro
De minhas asas vinha minha força
E dessa força longas jornadas
Incríveis rasantes e um fôlego incansável

Cheguei ao pico da mais alta cordilheira
Visitei os mais longínquos desertos
E descobri em meio à imensidão do mar
Pequenos arquipélagos de paraísos marinhos

Na elegância das asas abertas
Vislumbrei os pingüins no pólo
E sempre em vôo solo
Contemplei as diversidades naturais

Voei alto, voei baixo
Voei em bandos e solitário
Voei em lindos pôr do sol
E durante a aurora radiante também voei

Vivi momentos intrigantes até angustiantes,  
Mas sempre batendo asas nestas jornadas
Como a lembrar Ícaro em seu sonho
Incessantemente, pela vida, voei.

Inverdades do (dês) amor

Porque dizer que te amo?
Se em verdade a magia se foi
A intensidade esvaiu-se
Assim como o desejo
As caricias, os carinhos, os beijos
Há principio em lampejos
Aos poucos foram morrendo
Até cessarem completamente
E da paixão nem sobrarem às cinzas
Que o tempo se encarregou de levar

Porque dizer que te amo?
Se encanto houve algum dia não lembro
As inverdades incisivas e o tempo
Deixaram apenas um vazio sem fim
Onde o menosprezo tomou posse de tudo
E nem a amizade conseguiu sobrevida
Até sua imagem quebrei em meu espelho
Restando apenas cicatrizes e mágoas
Que sobraram como chagas a advertir
Para nunca mais te esquecer
Para dizer que te amo...

Anjo negro


Chegastes sorrateiro
Não dando nenhuma chance
Surpreendendo, sendo inapelável
Sem qualquer compaixão, inexorável
Ou algum tipo de misericórdia
Nem comprometimento com a história
Somente um dever a cumprir

Contando extrema frieza
Sem nenhuma nobreza
Sem qualquer leveza
Ou peso do fato
Sem sutileza ou poema
O cumprimento da missão como único lema
Tendo que mais uma vida ceifar

Quando chegado o tempo, à hora
Sem mais conjecturas
Sem ternura ou demora
Nenhuma duvida ou duplo sentido
Mesmo sem prazer com o que tenha que ser feito
Apenas o desejo do resultado perfeito
Sabendo que vai levar mais uma alma consigo

E quando completado o ciclo
Com a alma do escolhido sob seu domínio
Partindo para seu destino inglório
Não demonstrando arrependimento
Apenas mais uma contenda de sua natureza
E para sua coleção macabra
Enquanto anjo negro da morte.