terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sem Palavras

Calo-me, neste ato!
De fato pra que palavras?
Pra que conversa?
Só os olhos já falam.
 
Já dizem o que queremos,
o que sentimos
o que pensamos neste momento
Nossos corpos em contato.

Dialogam mais que mil bocas,
nossas peles se arrepiam,
demonstrando nossa excitação
enquanto nossas línguas se duelam.
 
Enroscam-se, com lasciva, com furor
nosso êxtase constante, nos leva
nos conduz, nos reduz,
a um ser intenso, preponderante
não existe mais o lugar, o estar, o ficar.
 
Somente o deleite, o desfrute, a satisfação
o desejo interminável, incontrolável
de nos amarmos, nos sugarmos, nos acabarmos
um no outro, um com o outro, um do outro.
 
Confortando nossas almas, com nossos corpos
num singular momento mágico
de tesão e ternura,  carinho e tortura,
turbilhão de não sei o quê!

A dominar nossos seres, nosso ser, agora unico
eu e você, homem, mulher,
numa sinuosa viagem de excitação extrema,
como uma droga viciante, que nos prende.
 
Satisfaz-nos, nos martiriza, nos domina,
da qual nunca nos livraremos,
pois dela seremos eternos viciados, dependentes,
incapazes de vencer este desejo.
 
Que nos aproxima nos escraviza
seremos sempre eu e você,
amor e desejo, sexo ardente,
E a sempre vontade,
de estarmos próximos, mesmo quando não podemos.
E vai ficando aquele vazio,
aquele vácuo, aquela saudade.
 

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