segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Invisível

Invisível ficou de repente.
Como uma bactéria sumiu na multidão
Em seu sentimento ainda latente
Uma vertente de ódio e paixão
Já não mais existia para os outros viventes
E mesmo seus parentes há muito lhe ignoravam.

Já não lhe adiantavam os gritos ecoados, roucos
Nada mais que fizesse, tentasse adiantava
Apesar do esforço de ser achado na multidão
Já sem ilusão sabia não ser percebido, notado
E então decidido resolveu pedir em oração
Para que os santos lhe dessem outra chance, coitado!

Talvez, quem sabe, um dia lhe percebessem
E com interesse voltassem a ter em sua figura
E só então retornasse ao brilho de antes, agora sumido
E ressurgisse dos guetos sem mais frescuras
Mas isso no momento é ilusão, lhe restando
Percepção que sua imagem já não empolga.

E de amarga sobrevivência, vai vivendo
E não tendo mais como ser notado
Por mais promessas que tenha feito, e as fez
Por tudo e todos continua ignorado
E as esperanças se esvaindo com o vento
E com o tempo invisível declarado.

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