sábado, 4 de fevereiro de 2012

Eternamente


Abri os olhos!
Gosto de sangue em minha boca
Minhas entranhas numa azia louca
A escuridão que me faz tão bem
Em meu corpo prazer, satisfação do além

Ao meu lado o cadáver dela toda bela, toda santa

Repousa como um anjo, agora negro
Já não há pranto em seus olhos
Apenas um semblante comedido, comportado
Seu corpo padece, sua alma me pertence

Por todo lado o mofo acumulado, que delicia

Nenhuma pista de vida próxima
Apenas o silencio como musica
Apenas a morte como glória
A eternidade é gótica!


(Chico Córdula)

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