quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Retrato

Quando olho seu retrato
Sobre a mesa num canto da sala
Retorno ao passado, ao fato
Relembrando cada momento
Em faísca de tempo.
E a saudade do que vivemos.

Ternura e sofrimento se fundem
Na ânsia de buscar a você
Voltando no tempo, congelando-o
Na tentativa vã de novamente te ter
Aqui comigo e te digo:
Tudo eu daria para eternizar
Cada momento então vivido.

Oral e Sensual

Você aberta, exposta,
Sua flor, oferecida, úmida.
É beijada e lambida
Sugada em sua seiva.

Seu néctar se multiplica,
Seu tesão intensifica
Seu grelo se avoluma
Beijado, lambido, sugado.

Você estremece inteira,
Sua vulva se contrai.
Sua umidade aumenta
Você ainda tenta o controle
Não consegue, entrega-se.

Esfrega-se com sofreguidão
Devaneios, loucuras,
Você se procura e não se acha.
Se entregar já não basta.
Já não se comporta,
Numa dimensão exata.
Seu mel deságua, se esparrama,
Seu corpo em espasmos,
Espalha-se, em cacos.

Sua vulva, como um vulcão, explode.
Centrando todos os sentidos e desejos
Para um só lugar.
Sua intimidade latente,
Torna-se o centro do seu ser.

E você como que em transe,
Suspira e geme soletrando
Palavras desconexas. Dispersas.

Por fim se aconchega nos lençóis,
Espreguiçando-se, satisfeita,
Por mais um magnífico e arrebatador
Gozo atingido.

Minha Terra!

Não nasci
em teu solo,
mas te adotei
como minha terra.
E como tu és bela!
Minha bela.
Bela terra.
Além de tua beleza,
tua brisa me embriaga.
E teu jeito manso,
calmo, me acalma,
me afaga. 

És com certeza minha terra,
doce terra,
terra amada.

*Homenagem a cidade de João Pessoa/PB.

Palavras ao vento

Perto de mim, eras promessa.
longe de mim, nem lembrança.

Perto de mim, eras só carinho,
longe de mim, somente afrontas.

Perto de mim, eras "amor eterno",
longe de mim, nem saudade.

Perto de mim, "-Para sempre, juntos!"
Longe de mim, feliz liberdade.

Perto de mim, eras paixão,
longe de mim, orgias banais.

Perto de mim, sempre tentando...
longe de mim, acabaste encontrando.

Perto de mim, rotina enfadonha,
longe de mim, encantada na maconha.

Perto de mim, esperança sentida,
longe de mim, acabaste destruída

Até que o tesão nos separe!

Gostava de sexo como ninguém,
vivia com o membro enrijecido,
não podia ver um rabo de saia,
que o tesão incontido se manifestava.

Chegava em casa, com todo o gás,
agarrando a mulher, puxando para o quarto
querendo possuí-la, no momento, no ato
sem perda de tempo, consumando o fato.

O problema era a frieza dela
para o sexo, invés de desejo, fardo
ato chato, obrigação de esposa,
crônica falta de tesão, de fogo, frigidez nata.

Uma geladeira na horizontal,
era o que para ele parecia,
então ele saía, para procurar, o fogo externo,
da rua, da noite, da puta.


E sempre se acabava, em outra,
com o desejo e o fogo
que em casa não tinha
achava em profusão nas fêmeas que comia.

Frustração ele sentia, pois à esposa amava
e a ela desejava, como a nenhuma outra
mas parecia pouco, parecia sua sina
viver privado de um sexo total,
de nunca fazer amor, sempre trepar!

A deliciosa arte de espreitar

Na espreita te vejo em delírio,
Solitária se satisfazendo, fantasiando
Dedos nervosos, bolinando a intimidade
Sexo extasiado, bochechas avermelhadas
Ritmo intenso, compenetrado, desvairado.
 
Boca ofegante, respiração em compasso,
Gemidos em descontrole, ofegante
Mãos que apertam seios intumescidos,
Despertados, excitados, dominados
Lascívia, de orgasmo intenso, extremado
Entremeados por espasmos e mais orgasmos.

Passiva se deleitando, se acalmando,
Até o repouso, o descanso,
entre lençóis desalinhados
Confortando-se na sonolência,
E na espera de lindos sonhos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sem Palavras

Calo-me, neste ato!
De fato pra que palavras?
Pra que conversa?
Só os olhos já falam.
 
Já dizem o que queremos,
o que sentimos
o que pensamos neste momento
Nossos corpos em contato.

Dialogam mais que mil bocas,
nossas peles se arrepiam,
demonstrando nossa excitação
enquanto nossas línguas se duelam.
 
Enroscam-se, com lasciva, com furor
nosso êxtase constante, nos leva
nos conduz, nos reduz,
a um ser intenso, preponderante
não existe mais o lugar, o estar, o ficar.
 
Somente o deleite, o desfrute, a satisfação
o desejo interminável, incontrolável
de nos amarmos, nos sugarmos, nos acabarmos
um no outro, um com o outro, um do outro.
 
Confortando nossas almas, com nossos corpos
num singular momento mágico
de tesão e ternura,  carinho e tortura,
turbilhão de não sei o quê!

A dominar nossos seres, nosso ser, agora unico
eu e você, homem, mulher,
numa sinuosa viagem de excitação extrema,
como uma droga viciante, que nos prende.
 
Satisfaz-nos, nos martiriza, nos domina,
da qual nunca nos livraremos,
pois dela seremos eternos viciados, dependentes,
incapazes de vencer este desejo.
 
Que nos aproxima nos escraviza
seremos sempre eu e você,
amor e desejo, sexo ardente,
E a sempre vontade,
de estarmos próximos, mesmo quando não podemos.
E vai ficando aquele vazio,
aquele vácuo, aquela saudade.