Corro como as correntezas
enganosas de rios caudalosos.
Sinto que o instinto me falha neste momento.
Elevo a hipocrisia ao mais baixo dos guetos
Englobo a fidelidade no quinhão da burguesia.
Choro, pelas almas perdidas no atravessar das ruas.
Recobro a memória, para torturas passadas
Discurso sobre o que é moderno sendo antigo
Rebato as críticas, dos que são sábios em nada.
Culpo a acomodação dos que se entregam sem luta
Arrasto à palavra a quem dela precisa
Passo por corredores escuros e imundos
Procuro consolar a quem se tornou vítima.
Escancaro as portas dos que fugiram afortunados
Controlo o medonho momento de qualquer violação
Descubro os segredos dos que, na penumbra, os esconde
Ensaio um arremesso de revolta, na razão.
Acendo o estopim, para a violência urbana
Machuco as massas, num corre-corre infernal
Me divido entre o amargo e o sádico
E me pergunto, no espelho, quem sou eu afinal?
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